Todo Mundo Tem Um Acervo

Se você é pai, mãe ou responsável de crianças, essa é uma pergunta que em algum momento você já se fez: recordações da escola, bilhetinhos, desenhos, cartinhas. O que fazer com tantas recordações da infância das crianças, acumuladas ao longo dos anos?

Na série de artigos Todo Mundo Tem Um Acervo, trazemos algumas reflexões sobre possibilidades de guarda, descarte e uso dessas recordações de infância que são parte do nosso acervo pessoal.

Entretanto, este é um tipo de acervo tão precioso que guardamos tudo, tão bem guardado, com medo de perder algum desenho, alguma mãozinha pintada de tinta, algum bilhete, que assim ficam por anos em caixas no fundo de algum armário.

É necessário tempo

Durante as férias de julho, organizei as recordações da infância das minhas duas filhas. Talvez pela minha proximidade com o universo do acervo eu não tenha o hábito da guarda indiscriminada, mas mesmo assim, nem sempre um olhar cuidadoso foi possível. Outra coisa interessante é o fator tempo: quanto mais o tempo passa mais conseguimos olhar para nossos acervos e as recordações da infância das nossas crianças com outra perspectiva.

Algumas coisas são necessárias para organizarmos nossos acervos pessoais: tempo, paciência e disponibilidade afetiva de lidar com os documentos/sentimentos que ali estão: é uma grande mistura de sentimentos, de afetos e de recordações. Assim como acontece na guarda de fotografias, não há certo ou errado na escolha do que guardar (leia aqui o nosso post sobre Memória Familiares e os Acervos Fotográficos). Não temos plano de classificação, tesauros, vocabulário controlado, embalagens de guarda apropriados… Mas podemos ter alguns critérios objetivos que norteiam as decisões: ter métodos, ter material de acondicionamento (sacos plásticos e pastas polionda compradas em qualquer papelaria), etiquetas e muita disposição.

Para mim, duas coisas foram fundamentais nessa organização: o significado das recordações e o espaço físico reduzido que disponho.

Eu priorizei guardar aqueles desenhos que foram criações delas, feitos com tintas, canetinhas, que estavam ali a sua essência e não priorizei guardar pinturas de desenhos prontos, “ligue os pontos” ou atividades que a criação delas estivessem pouco presentes. Para mim, faz mais sentido ter esses desenhos, essas memórias guardadas.

Acondicionamento: soluções simples

Nesta organização eu decidi retirar dos cadernos o espiral de metal que faz a amarração dos cadernos de desenho, por dois motivos:
1 – o metal com o tempo oxida e assume uma coloração alaranjada e começa a se esfarelar, danificando os documentos.
2 – economia de espaço, pois ao retirar a espiral percebi folhas em branco e as dos cadernos.
Optei por não colocar os cadernos em outro espiral e cada caderno foi colocado em um saco plástico, conforme a imagem abaixo

E durante os processos de organização, as folhas em branco retiradas, foram separadas e estão sendo usadas como rascunho no dia a dia de casa ou do trabalho.

E aqui vai uma dica importante: não guarde aquelas atividades que utilizam grãos de milho, arroz, feijão. Com o passar do tempo esses alimentos se deterioram pela ação do tempo e podem contaminar outros documentos. Como é certo que a atividade não vai resistir a ação do tempo, se ela for muito especial, tire uma boa foto, imprima, mas o documento deve ser descartado. O mesmo quando são usadas areia, folhas de árvore e outros elementos encontrados na natureza: o risco de contaminação ao restante do acervo é bastante grande, então, o melhor é mesmo prevenir.

Mini-Exposições

Eu gosto que as recordações da infância das minhas filhas estejam sempre presentes no meu dia a dia e por isso estão espalhadas pela casa: os desenhos e os quadrinhos estão pendurados nas paredes. Gosto inclusive, que elas escolham como que os desenhos que elas fizeram serão colocados, como nos exemplos que se seguem:

Quadros e desenhos feitos e colocados pelas crianças

E você, conta para nós qual é a maior lembrança das recordações da infância dos seus filhos? Como estão guardadas?

Eneida Labaki

Se você precisa de ajuda profissional para organizar as lembranças de infância em sua casa, a Pacta Clara tem metodologia e experiência para te ajudar nessa empreitada. Entre em contato conosco, que um especialista irá te atender e propor a melhor solução para esse acervo pessoal tão precioso.