Todo mundo tem um acervo!
Por aqui, nós temos mostrado, com frequência, os diversos trabalhos que desenvolvemos organizando os arquivos das empresas: são livros, documentos, objetos, arquivos eletrônicos ou arquivos em papel. Projetos dos mais variados que passam pela organização, higienização e digitalização do acervo.
Entretanto, ultimamente fizemos trabalhos semelhantes com acervos pessoais, de pessoas públicas, de pessoas anônimas, grandes e volumosos acervos até pequenos trabalhos de organização e/ou digitalização de fotografias, por exemplo
Essas experiências nos motivaram a abordar esse aspecto tão interessante acerca do universo dos arquivos: os acervos pessoais: esses mesmos, que temos em casa, guardados numa gaveta ou estante, em um baú ou no fundo do armário. Já parou para pensar que você também em um acervo?
De fato, todo mundo tem um acervo. E os acervos pessoais são tão diversos quanto especiais: diários, coleção de selos, papel de carta, cartões postais, figurinhas, discos, livros, fotografias, cartas, bilhetes e desenhos das crianças, objetos da nossa infância, carteirinha de estudante e itens comprados em viagens. Tudo isso faz parte dos acervos pessoais.
O que guardamos ao longo de nossa trajetória pessoal, acadêmica e profissional conta a história de quem somos, do que gostamos, quais caminhos percorremos e quais mudanças de percurso aconteceram. O nosso acervo é o reflexo daquilo que escolhemos guardar. Às vezes, de forma consciente, outras vezes são escolhas subjetivas.
Sem contar a infinidade de documentos administrativos e financeiros que acumulamos: recibos, boletos, contas de água, luz, certidão de nascimento, RG, CPF, certificados, diplomas, carteira de trabalho, etc.! Ufa, são tantos os documentos que listar todos é tarefa árdua! Esses documentos do nosso dia a dia, embora também façam parte dos acervos pessoais, não são, neste momento, nosso foco de abordagem, escolhemos abordar os acervos pessoais que revelam memórias familiares.
Este é um assunto tão interessante que em 2021 foi tema de uma série de vídeos promovidos pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo, chamada: Arquivo Nosso de Cada Dia. Buscando pela #ArquivoNossoDeCadaDia no YouTube, é possível acessar todos os vídeos. Mas já deixo em destaque este vídeo que gravei sobre uma pesquisa realizada com os diários escritos pela minha avó ao longo de sua vida.
No último ano, fizemos a organização de uma coleção de cartas trocadas por uma família durante a ditadura militar e este trabalho culminou na publicação de um livro com a seleção dessas cartas.
Digitalizamos muitas fotografias familiares antigas. Nesse caso, além da preservação, o que essas famílias buscaram foi o compartilhamento das imagens com seus parentes e amigos.
Mas, e o que podemos fazer com os documentos do nosso acervo?
Nós acreditamos que os acervos além de preservados, devem estar disponíveis para serem acessados. Importante saber o que guardamos, onde guardamos e eventualmente dar usos ao acervo. Enquadrar uma cartinha ou desenho dos filhos, compartilhar fotografias antigas com o restante da família, revisitar o acervo sempre que possível é um exercício muito interessante. O nosso olhar sobre os documentos muda com o tempo e é muito legal esse olhar diferente para uma mesma memória.
Não há certo ou errado na escolha do que guardar. Há aquilo que é importante, que marcou um momento da história de cada pessoa. Há quem goste de guardar muita coisa, há quem prefira guardar realmente as recordações especiais. E há, claro, as questões práticas: temos espaço para guardar tudo? Independentemente das escolhas e das condições, o importante é organizar, preservar e tornar o nosso arquivo acessível para família e amigos.
Nos próximos artigos nós vamos contar sobre alguns cases. Ah, você também pode conferir em nosso site, alguns artigos publicados sobre Centros de Memória.
Conta para nós: qual o seu acervo pessoal? Que história ele conta?